Crescemos em um mundo cheio
de rótulos, com muitos tabus e preconceitos sobre o politicamente correto na
“vida sexual”, assim, também acreditamos que existem regras rígidas a serem
seguida; e afinal, ninguém quer ser sexualmente “anormal”.
Quem pode definir o que é
"normal" ou não? "O principal fator determinante para considerar
um comportamento como 'normal' é o que se denomina ideologia dominante, ou,
ainda, o padrão que permeia as regras de um grupo social", fala Oswaldo
Martins Rodrigues Jr., terapeuta sexual, diretor do Instituto Paulista de
Sexualidade (Inpasex) e autor do livro "Parafilias - Das Perversões às
Variações Sexuais" (Zagodoni Editora). E essas regras vêm ou são mantidas
através de instituições como religião, família e escola, que são diferentes
umas das outras conforme a cultura e a época.
Entendo que temos o direito
de exercermos nossa sexualidade de forma livre e democrática. Poder vivenciar
nossas experiências pelo desejo genuíno, e não pela pressão social, pelo medo e
pelo achismo.
O autoconhecimento auxilia
nessa descoberta do nosso corpo e da nossa mente, uma vez que influencia tudo
para assim termos uma sexualidade saudável, “normal” e mais completa.
Não importa o que você considera sexualmente normal ou anormal. Se isso determina seu comportamento, sua vida sexual, suas fantasias e seu prazer sexual, a intimidade com sua parceria ficará comprometida. Por medo, desinformação, muitas pessoas escondem seus aspectos sexuais que consideram anormais. Focar no que é normal, passa a ser mais importante que o prazer e a intimidade.
De modo geral, as pessoas
tem uma ideia do que é e do que não é sexo normal. Rotulamos o ato sexual,
comparamos a nossa vida sexual, nossas escolhas, fantasias e opção sexual com
as pessoas e o mundo em que vivemos. Criamos dessa forma, uma visão distorcida,
uma vez que cada pessoa é única, mesmo que em algum momento tenhamos desejos e
opiniões parecidas isso não quer dizer que teremos a mesma resposta sexual que
a outra pessoa teve.
Quando tentamos estabelecer
o que é Normal, estamos na verdade, estabelecendo limites para que o sexo não
fuja do controle, diminuindo sua importância para que não se transforme em
ameaça e exija de nós amadurecimento. Essa obsessão que sentimos pelo “normal”,
é na verdade uma tentativa de manter-se “limpo”
fazendo algo que aprendemos que é “sujo”.
Com a globalização das
informações, as regras passaram a ser mais espalhadas e consideradas
universais, mudando o que pensamos e sentimos sobre uma prática ou
comportamento. Muitos comportamentos que neste século 21 se consideram comuns,
possíveis, não patológicos, eram problemas, doenças e patologias há 100 anos
atras. "É possível arriscar que, daqui a alguns anos, algo tido hoje como
perverso poderá ser encarado com menos reservas, pelo menos no Ocidente. Assim
como aconteceu com a homossexualidade, a masturbação, o sexo oral e o sexo anal,comenta
Elizandra Souza, psicanalista e membro do Simpesp (Sindicato dos Psicanalistas
do Estado de São Paulo).
A pergunta é O que é sexualmente normal? De modo geral ninguém, ou nada, pode definir o que é normal, mas se admite do ponto de vista dos grupos sociais, políticos e econômicos.Não existe um consenso formado, o que nos mostra que o que consideramos “sexualmente normal” não é inevitável nem natural, mas influenciado culturalmente.
Quando ficamos presos ao que
é “normal”, deixamos de curtir o momento, a companhia, o encontro... cada casal
deve encontrar o seu ponto de equilíbrio, o seu “normal”, entender que entre
quatro paredes e desde que seja de comum acordo é permitindo novas descobertas,
procurar ouvir mais, entender sua parceria, reconhecendo seu desejo de ser
sexualmente normal e a suspeita (ou a ansiedade insuportável) de que não é...
Entender as nossas crenças e
nossas dificuldades se faz necessário para termos mais autonomia e
responsabilidade nas nossas escolhas. Poder dizer “sim” e poder dizer “não”.
Porque “normal” mesmo é a escolha bem informada e responsável. Quando a gente é
o que é, o inesperado pode acontecer e o sexo se tornar muito mais interessante,
prazeroso, agradável, divertido e íntimo, independente de rotulo.
Enfim...ser simplesmente o
encontro entre pessoas que tem o mesmo objetivo, vontade e principalmentee
desejo.
Nádia Guimarães
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