sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

O QUE É SEXUALMENTE NORMAL? By Nadia Guimarães

Não existe uma resposta conclusiva para a pergunta acima. O que é considerado "normal" em se tratando de sexo depende de vários aspectos: cultura, contexto social, momento histórico, religião e até se o ponto de vista que vem da medicina ou da psicanálise. Com exceção de atos sexuais não consensuais envolvendo violência, crianças e praticados por portadores de transtornos mentais graves, como sociopatas e psicopatas, a normalidade relativa ao sexo é um conceito bastante discutido e questionado.Até os psicólogos e terapeutas divergem a esse respeito.

Crescemos em um mundo cheio de rótulos, com muitos tabus e preconceitos sobre o politicamente correto na “vida sexual”, assim, também acreditamos que existem regras rígidas a serem seguida; e afinal, ninguém quer ser sexualmente “anormal”.

Quem pode definir o que é "normal" ou não? "O principal fator determinante para considerar um comportamento como 'normal' é o que se denomina ideologia dominante, ou, ainda, o padrão que permeia as regras de um grupo social", fala Oswaldo Martins Rodrigues Jr., terapeuta sexual, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex) e autor do livro "Parafilias - Das Perversões às Variações Sexuais" (Zagodoni Editora). E essas regras vêm ou são mantidas através de instituições como religião, família e escola, que são diferentes umas das outras conforme a cultura e a época.

Entendo que temos o direito de exercermos nossa sexualidade de forma livre e democrática. Poder vivenciar nossas experiências pelo desejo genuíno, e não pela pressão social, pelo medo e pelo achismo.

O autoconhecimento auxilia nessa descoberta do nosso corpo e da nossa mente, uma vez que influencia tudo para assim termos uma sexualidade saudável, “normal” e mais completa.


Não importa o que você considera sexualmente normal ou anormal. Se isso determina seu comportamento, sua vida sexual, suas fantasias e seu prazer sexual, a intimidade com sua parceria ficará comprometida. Por medo, desinformação, muitas pessoas escondem seus aspectos sexuais que consideram anormais. Focar no que é normal, passa a ser mais importante que o prazer e a intimidade.

De modo geral, as pessoas tem uma ideia do que é e do que não é sexo normal. Rotulamos o ato sexual, comparamos a nossa vida sexual, nossas escolhas, fantasias e opção sexual com as pessoas e o mundo em que vivemos. Criamos dessa forma, uma visão distorcida, uma vez que cada pessoa é única, mesmo que em algum momento tenhamos desejos e opiniões parecidas isso não quer dizer que teremos a mesma resposta sexual que a outra pessoa teve.

Quando tentamos estabelecer o que é Normal, estamos na verdade, estabelecendo limites para que o sexo não fuja do controle, diminuindo sua importância para que não se transforme em ameaça e exija de nós amadurecimento. Essa obsessão que sentimos pelo “normal”, é na verdade uma tentativa de manter-se  “limpo” fazendo algo que aprendemos que é “sujo”.

Com a globalização das informações, as regras passaram a ser mais espalhadas e consideradas universais, mudando o que pensamos e sentimos sobre uma prática ou comportamento. Muitos comportamentos que neste século 21 se consideram comuns, possíveis, não patológicos, eram problemas, doenças e patologias há 100 anos atras. "É possível arriscar que, daqui a alguns anos, algo tido hoje como perverso poderá ser encarado com menos reservas, pelo menos no Ocidente. Assim como aconteceu com a homossexualidade, a masturbação, o sexo oral e o sexo anal,comenta Elizandra Souza, psicanalista e membro do Simpesp (Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo).




A pergunta é O que é sexualmente normal? De modo geral ninguém, ou nada, pode definir o que é normal, mas se admite do ponto de vista dos grupos sociais, políticos e econômicos.Não existe um consenso formado, o que nos mostra que o que consideramos “sexualmente normal” não é inevitável nem natural, mas influenciado culturalmente.

Quando ficamos presos ao que é “normal”, deixamos de curtir o momento, a companhia, o encontro... cada casal deve encontrar o seu ponto de equilíbrio, o seu “normal”, entender que entre quatro paredes e desde que seja de comum acordo é permitindo novas descobertas, procurar ouvir mais, entender sua parceria, reconhecendo seu desejo de ser sexualmente normal e a suspeita (ou a ansiedade insuportável) de que não é...

Entender as nossas crenças e nossas dificuldades se faz necessário para termos mais autonomia e responsabilidade nas nossas escolhas. Poder dizer “sim” e poder dizer “não”. Porque “normal” mesmo é a escolha bem informada e responsável. Quando a gente é o que é, o inesperado pode acontecer e o sexo se tornar muito mais interessante, prazeroso, agradável, divertido e íntimo, independente de rotulo.

Enfim...ser simplesmente o encontro entre pessoas que tem o mesmo objetivo, vontade e principalmentee desejo.

Nádia Guimarães


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