O CENÁRIOS dessa semana conversou
com YURI e YARA DRUMOND. Uma entrevista dupla? De certa forma sim! Yuri é um
artista Monlevadense e Yara sua personagem DRAG QUEEN, que se prepara para uma
apresentação no SBT, emissora que pertence ao fantástico comunicador Silvio Santos. Mas vamos à entrevista.
CENÁRIOS - A Yara Drumond é
o personagem. Mas qual o nome na carteira de identidade?
YURI DRUMOND - Yara é um personagem criado em 2018. Meu nome na identidade é Yuri Drumond D'anunciação Martins.
CENÁRIOS - Pra esclarecer
para os leitores: qual a diferença entre DRAG QUEENS, TRANSEXUAIS ou
TRANSGÊNERO?
YURI DRUMOND - Transexuais
são pessoas que fazem mudanças de sexo e transgeneros são pessoas que dormem e
acordam mulher, são homens que se vestem e agem como mulher, embora tenham
orgãos sexuais masculinos, gostam de ser tratados como mulher. E tem as Drag
Queen. São homens que vestem no dia-a-dia de forma normal, do jeito que se
sentem melhor e tem um personagem, que no caso é a Drag Queen que é um
personagem artístico. Nós brincamos que somos moleques de peruca. Nós fazemos
arte. É muito diferente de ser transexual ou transgênero.
CENÁRIOS - No dia-a-dia vc
se veste como Yara ou utiliza o figurino masculino, como Yuri?
YURI DRUMOND - Eu me visto como Yuri, mas de uma forma que eu gosto de me vestir. Eu me visto como Yuri inclusive por que eu sou Yuri. A Yara é só um personagem.
CENÁRIOS - Quais as suas
qualidades enquanto artista? Canta? Dança?
YURI DRUMOND - Eu danço, eu
canto, eu atuo, eu toco bateria, toco teclado, jogo voley, handebol. Pra mim
não tem problema. Eu sou autodidata. Tenho facilidade de aprender e o que vier
enquanto arte pra mim é maravilhoso. Eu sempre estudei dança na escola Rose
Machado, desde os 6 anos. Eu nunca parei de dançar, mas amo dançar, amo atuar.
Fora da área da arte, tenho curso de RH, departamento de pessoal. Mas eu amo
mesmo é a arte.
CENÁRIOS - Vc desde cedo
teve esse fascínio por se caracterizar dentro dos padrões femininos ou isso é
mais ou menos recente?
YURI DRUMOND - Sim. Desde
quando criança sempre gostei de colocar blusas na cabeça, roupas da minha mãe,
da minha irmã. E fazia qualquer coisa de microfones, desodorantes, qualquer
coisa. Eu amava Angélica e Britney Spears. Eu sempre quis ser elas(rs) E achava
que aquele quarto era um palco. Eu gostava de me caracterizar, mas não pra vida
sabe? Eu gostava também de tirar a blusa, de guardar o microfone, de tirar o
salto. Essa coisa de ser Drag é mais uma coisa de artista que se veste de
mulher, mas não pra ser trans. Eu acredito muito no Yuri Drummond também.
CENÁRIOS - Qual a sua altura? Vc acha que existe campo para as Drag Queens, para o mundo da moda por exemplo, para desfiles. Vc já foi convidado para desfilar por alguma loja?
YURI DRUMOND - Eu tenho
1:85. Por enquanto ainda não tem campo pros Drag Queens. Não tem convite pra
nada. A Yara nunca foi convidada pra fazer desfile nem nada.Só mesmo quando
vc já chegou lá em cima. Pablo é convidada,Glória é convidada . Aqui em
Monlevade eu acho que isso nunca vai acontecer...ou vai com essa nova gestão.
Vamos ver.
CENÁRIOS - Vc acha que a sociedade monlevadense tá mais aberta à diversidade ou ainda sente muito conservadorismo, muita recriminação social ao seu trabalho?
YURI DRUMOND - Eu acredito
que hoje Monlevade tem muita gente da diversidade. Nós somos mais né. Hoje tem
muita lésbica, muito LGBT. Isso fez com que esse conservadorismo diminuísse um
pouco. Mas ainda há muita recriminação social ao meu trabalho. E pessoas que
falam que são da Inclusão, não tem coragem de ajudar. Se cada um de nós
compartilharmos e darmos força para nossos amigos a gente consegue crescer. Mas
a gente não se compartilha. É cada um com a sua luta. Ninguém se ajuda.
CENÁRIOS - Pablo Vittar, em
termos de Brasil, ajudou a mudar o conceito que se tem sobre as Drag Queens.
Sua simples existência demole com velhos
paradigmas. Ela gosta de ser como é, não quer mudar nada, não é trans. Mas
quando "montada" prefere ser chamada de A PABLO VITTAR. No seu caso,
vc transformou Yuri em Yara. Mas eu gostaria de saber se de alguma forma, vc se
inspirou em Pablo Vittar?
YURI DRUMOND - Pablo Vittar não abriu. Ele esmurrou. Ele jogou no chão. Ele veio para mostrar que a gente pode ser cantora, que podemos ter um mercado Drag Queen. Ela é muito importante para as Drag Queens. Ela é uma inspiração total pra mim. Eu, assim como ela não vou mudar nada. E quando montada gosto de ser tratada como Yara. Pablo Vittar é foda.
CENÁRIOS - Como é a relação
das drags com o pessoal do outras orientações sexuais. Não existiria algum
ruído nessa relação? Não existiria uma guerra fria entre alguns segmentos?
YURI DRUMOND - Atritos eu não diria. Mas sinto falta das casas de shows me convidarem para apresentações.
YURI DRUMOND - Meu contato
com eles vem de alguns anos. Em 2017 eu consegui fazer um contato numa tourne
LGBT. Desde que criei a YARA em 2018, sempre mando minhas coisas para um
contato que fiz lá. E agora me deram um retorno positivo. Será um programa de
calouros que eu sempre quis ir.
CENÁRIOS - Quando será a sua
apresentação no SBT?
YURI DRUMOND - A minha
gravação vai ser dia 17 de dezembro, em Contagem no programa Flash Minas, com
participação também da Rose Machado Escola de Dança, onde estou, dou aulas lá,
tenho uma turma lá as quintas-feiras, a turma Mix, que vai participar comigo.
CENÁRIOS - O que vc projeta
para o futuro? Quais são os planos da Yara e do Yuri?
YURI DRUMOND - Shows, com
certeza. E o que puder mais. Desfiles, fotos, propaganda de loja, o que vier
pra Yara será bem vindo. Eu quero também lançar uma música nova e poder me
lançar como uma nova Drag Queen no mercado da música.
CENÁRIOS - Deixe seus contatos
para quem quiser conhecer seu trabalho ou contratá-la para shows, desfiles,
comerciais. Deixa seu insta, face, telezap...
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Martins Machado
Desde criancinha esse menino amava dançar. Nasceu artista.
ResponderExcluirSucesso, Yuri. Valeu à pena a sua luta para chegar onde está. Parabéns.