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O Auxilio emergencial segurou a onda de muitos
músicos, mas enquanto isso, a arte em geral deu um stop. Os clubes, os bares,
os espaços foram lacrados. Freada brusca em um sistema que garantia o sustento
de muita gente. Sem aglomerações, sem shows, sem bailes, sem baladas, restou ao
pessoal fazer lives, algumas mais amadoras, outras mais profissionais. No
inicio foi uma febre. Os grandes conseguiram patrocínios maiores. Pros menores,
as migalhas. Mas como era de se esperar, as pessoas enjoaram. Além do mais, não
é fácil monetizar várias lives em sequencia. Nem para os grandes. Mas ufa!
Chegamos até aqui. Felizmente, a vacina está chegando e vamos voltar a produzir e consumir
arte presencial, vão voltar os espetáculos, os eventos grandes e pequenos, o
turismo, a gastronomia. A volta tende a ser gradativa. Foi um longo período de
hibernação para alguns e fim da linha para muitos. Houve quem aproveitasse a
exposição nas redes sociais para sustentar imagens, pra não deixar sair do
imaginário ou mesmo monetizando em trabalhos inovadores. É nítido que a perda
foi enorme, mas entre mortos e feridos salvaram-se quase todos. É sabido que
nas grandes comoções humanas, nas guerras por exemplo a arte é relegada a
condição de atividade supérflua, subversiva e marginal. No caso do COVID
qualquer atividade suspeita de gerar aglomeração é demonizada. Qualquer som tocando mais alto pode excitar e atrair as multidões. O
paradoxo é que a arte ajuda a salvar as pessoas da melancolia do isolamento.Mas se Deus quiser, tá passando. Podemos viver um tempo sem shows, sem cinema. Não podemos ficar sem comer ou sem prover nossas casas. Em tempos extremos, as formigas são
valiosas e as cigarras tornam-se fardos. Mas a Pandemia vai passar e as coisas
vão retornar até...sei lá...um novo normal. As cigarras podem afinar seus
violinos. Não sei se retornarmos a nossa velha sensualidade tropical. Há quem profetize que tudo vai mudar, que seremos mais higienistas e menos promíscuos.
Tomara que a música retorne com mais conteúdos interessantes, mais poesia, melodia, harmonia, mais
irreverência, criatividade e diversão.
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