O que é e qual o seu objetivo?
Apesar
de todos os avanços tecnológicos e também na medicina, ainda hoje falar sobre
sexo e sexualidade provoca constrangimentos em algumas pessoas. Principalmente
para nós Mulheres, que crescemos envoltas em tantos “nãos”, e somos obrigadas
desde novas a esconder nossas curiosidades e até mesmo nossas dúvidas, vontades
e desejos na área sexual.
Aprofundando
os estudos na área da Sexualidade, deparei-me também com o homem cheio
de dúvidas, medos, anseios, cobranças e despreparo nesse assunto. Afinal,
apesar da sua educação onde tudo pode, infelizmente, ele também não tem uma
Educação Sexual bem orientada, aprendendo erroneamente principalmente nos
filmes pornográficos, o que na Vida Real é bem diferente e bem mais
desafiadora.
Diante
das minhas próprias dúvidas, medos, anseios e questionamentos, comecei a
estudar a Sexualidade e a cada dia me apaixono mais pelo assunto. Somos seres
únicos e individuais. Procurar entender e principalmente não julgar a opção
sexual, desejos e descobertas de cada um, faz do meu trabalho um desafio
constante.
A forma como a sexualidade é enxergada e tratada diverge
entre pessoas de diferentes culturas, vivências e crenças.
Com
o objetivo e propósito de ajudar, entender, esclarecer e principalmente acolher,
ressalto a importância da Educação Sexual, porque acredito que uma pessoa que
se aceita, se entende e principalmente se acolhe terá uma vida mais equilibrada,
assumindo à responsabilidade de cuidar de seu próprio corpo para que não
ocorram situações futuras indesejadas, como a contração de uma doença ou uma
gravidez precoce e indesejada, além de todas as implicações psicológicas.
Com
esse propósito e objetivo a educação sexual busca ensinar e esclarecer questões
relacionadas ao sexo, livre de preconceitos e tabus. Um tema de extrema
importância, pois esclarece dúvidas sobre preservativos, DSTs, organismo
masculino e feminino, anticoncepcionais e gravidez.
Vários especialistas acreditam que a Educação Sexual também contribui
para melhorias na saúde a longo prazo, para redução da violência doméstica e da
discriminação e promoção da igualdade de gênero.
Infelizmente a conversa sobre Educação Sexual nem sempre
acontece em casa e muitos jovens não recebem as devidas orientações e
esclarecimentos importantes sobre questões que envolvem a sexualidade, e acabam
aprendendo de forma errada com pessoas que não tem preparo e muito menos
responsabilidade, sem contar as pesquisas no “google”, que abre portas para pessoas
mal intencionadas e perigosas.
Como a Sexualidade é parte da
vida humana, a abordagem da educação sexual nas escolas faz parte do
entendimento de que a sexualidade é parte natural da vida humana e de nossa
vivência social. Abordar a sexualidade é
de extrema necessidade nos ambientes de ensino, de forma a ajudar os jovens e
adolescentes a compreenderem e lidarem melhor com as experiências naturais como
puberdade, menstruação e virgindade.
Com esse olhar, especialistas
da saúde e da educação entendem que a escola deve direcionar o assunto, com uma
abordagem educativa.“Educar de maneira correta as próximas gerações aumentaria
ainda a consciência da importância do consentimento durante a relação sexual.Se
todo mundo tivesse educação sexual, até os casos de assédio poderiam
diminuir porque todos estariam cientes da questão do consentimento; de que ‘não
é não’ e ponto”, analisa a pedagoga Adriana de Oliveira, professora da Escola
de Aplicação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Diante disso, fica claro, que o ideal
é, sim, enfrentar o preconceito e falar sobre sexo com crianças, adolescentes e
adultos. E esse é um papel que cabe a todos nós, principalmente à família.Os
pais são os primeiros “professores” de educação sexual — afinal, qual criança
não faz perguntas curiosas quando está descobrindo sensações, gostos e cheiros
de seu corpo? Dica do especialista: Simples: responda normalmente.
Dessa forma e com o objetivo de
orientar, educar e esclarecer, conforme observa a psicóloga Bruna Zimmermann,
especializada em sexualidade humana pela USP: “Educação sexual não tem a ver
com pornografia e promiscuidade. Pelo contrário,
ela abre nossa mente para conhecermos nosso corpo e nossas limitações”.
Nádia Guimarães
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